Tricotilomania: o que é e como tratar?

A Tricotilomania é uma desordem psicológica caracterizada pelo impulso irresistível de puxar e/ou arrancar seus cabelos. Mas não deve ser confundido com o hábito normal de brincar com os cabelos.

 As pessoas que sofrem dessa desordem são capturadas por um crescente sentimento de tensão que é liberado somente com o ato de puxar o cabelo. Na maioria das vezes, as mulheres são as mais afetadas e ocorre principalmente na infância ou adolescência.

As causas variam, mas geralmente afeta pessoas que são muito sensíveis ao estresse e ansiedade, por exemplo, devido a uma intervenção hospitalar, dificuldades na família, escola ou trabalho. Mas nem sempre são os cabelos, muitas vezes são as sobrancelhas, cílios e barba. Os casos mais raros são axilas ou região pubiana.

A propagação provoca áreas de alopecia, insuficiência de crescimento, ou a presença simultânea de cabelo ou cabelo curto e quebrado, juntamente com outras características que podem variar em cada caso. Às vezes desaparece por si própria, mas é sempre recomendado que procure um psicólogo para iniciar o tratamento e diminuir os prejuízos causados.

Normalmente, além das questões estéticas, os maiores prejuízos são a baixa autoestima, resultando em isolamento social, vergonha e podendo desencadear um quadro depressivo.

Tratamento

Para que realmente seja possível tratar a tricotilomania, antes de qualquer coisa, o paciente precisa aceitar que é um problema. Muitos não aceitam e acham que é somente algo hormonal ou genético, assim recusam o tratamento psicológico, voltando somente quando não tem outra alternativa.

Nesse caso é ainda mais difícil de tratar, uma vez que houve complicações psicológicas associadas ao nível de estresse, baixa autoestima e até depressão.

A Tricotilomania é tratável e tem cura, desde que o paciente se comprometa com o tratamento.

A avaliação do profissional vai analisar quais os motivos que mantém essa desordem, geralmente acompanhada de depressão, transtorno bipolar, ansiedade, fobias específicas ou social, abuso de álcool ou de outras substâncias.

Durante o tratamento, deve ser tratada a causa do problema, e não dar ênfase ao sintoma. Costumo afirmar para meus pacientes que ao resolvermos a causa, o sintoma vai embora. Assim o tratamento é mais efetivo, mas cada profissional tem seu modo de proceder.

Durante o tratamento vai demandar que o paciente se monitore e analise durante o dia a dia. Olhe para os momentos do dia que está mais propenso a arrancar seus cabelos, pergunte-se se há uma situação, uma pessoa ou um pensamento em particular, que precedem o ato de arrancar. Tente descrever no papel como o ato é feito, por quanto tempo e como você se sente. Se possível, faça um diário, assim fica mais fácil de monitorar.

Há um alerta a ser feito sobre qualquer tipo de desordem psicológica. Normalmente as pessoas vão procurar na internet e são sobrecarregadas com informações errôneas e muitas vezes prejudiciais. Cuidado com as fontes de informações!

Se você aprender a reconhecer os sinais, pode controlar o gesto impulsivo e decidir as medidas a serem tomadas sempre que sentir quaisquer sintomas ou tensões.

Pode fazer rabiscos, sair de casa, fazer exercícios, ligar a TV, preparar-se para comer ou fazer qualquer coisa que lhe mantenha ocupado. Isso permitirá quebrar o círculo vicioso que leva você a repetir os rituais.

O psicólogo vai lhe acompanhando nesse percurso e melhor lhe orientando para que vença essa desordem o mais rápido possível. Para esse tratamento específico, recomendo que faça terapia Cognitivo Comportamental, é uma das mais adequadas ao quadro.

Tudo em você é mutável, só basta querer e acreditar.

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